Envelhecer com saúde é direito de todos
Idoso, substantivo masculino, indivíduo que já possui muitos anos de vida. Para além do dicionário, indivíduo que merece todo nosso respeito, cuidado e afeto, em reverência a toda sua experiência de vida. A legislação brasileira garante à população idosa o acesso a direitos básicos e cuidados fundamentais por meio do Estatuto do Idoso.
Direito à vida, à saúde, à previdência e assistência social, entre tantos outros aspectos são previstos no Estatuto, compondo um instrumento de extrema relevância para assegurar dignidade e condições para uma vida plena ao idoso. Vale ressaltar que para efetividade dessa legislação, é fundamental o envolvimento da família, da comunidade em geral e do poder público como apoiadores ativos dessa iniciativa. Conheça o Estatuto do Idoso na íntegra.
A população idosa no Brasil
No Brasil, a pessoa é considerada idosa quando tem 60 anos ou mais, público que hoje corresponde a 14,3% de toda a população brasileira, segundo o IBGE, e tende a crescer ainda mais ao longo dos anos. Esse cenário reflete o aumento da expectativa de vida do brasileiro, resultado de conquistas sociais que possibilitaram a melhoria das condições de vida da pessoa idosa.
Soma-se a isso a transição do perfil demográfico da população brasileira, cada vez mais caracterizado por famílias nucleares, com a presença de poucos filhos ou mesmo sua total ausência, promovendo um envelhecimento populacional mais acelerado, que demanda um esforço adicional para garantia de políticas públicas adequadas para o manejo dessa população.
No que tange o perfil epidemiológico, apesar de um cenário em que a população idosa tem mais acesso à saúde, o que tende a proporcionar um envelhecimento saudável, é importante levar em consideração que boa parte da população que envelhece no Brasil vive em contextos socioeconômicos mais precários, o que tem reflexos diretos na sua qualidade de vida.
O avanço da idade por si só já se configura como fator de risco para o desenvolvimento de algumas doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. O olhar multidisciplinar e integral para proporcionar cuidados adequados ao contexto do idoso é o caminho para apoiar essa população para que possam gozar de uma vida com mais qualidade e autonomia.
Cuidados com a saúde para um envelhecimento saudável
O envelhecimento saudável passar pela adoção de cuidados e hábitos, que podem ser iniciados em qualquer fase da vida e devem ser mantidos ao longo da trajetória. Além de prevenir doenças, o autocuidado trabalha a autoestima. O Ministério da Saúde disponibiliza um material completo com essa temática, a Cartilha do Idoso, que informa e incentiva a adoção de hábitos que contribuem positivamente para saúde e bem estar do idoso.
Confira a seguir um resumo das informações presentes na cartilha que destacamos para você.
1. Mexa-se
A prática de atividades físicas regulares é um hábito fundamental para manutenção da saúde. Com o avanço da idade, se movimentar mantém músculos e articulações ativas, conferindo mais mobilidade e autonomia na execução de tarefas diárias, além de ser um remédio natural que ajuda a prevenir doenças físicas e mentais, como a depressão. É importante sempre consultar o médico antes de iniciar qualquer prática para receber orientações adequadas.
2. Exercite a mente
Envelhecer definitivamente não é sinônimo de perda de memória. A mente é um organismo vivo e tem plena capacidade de se expandir, só precisa dos estímulos certos para manter o cérebro afiado. Leia livros que gosta ou notícias nos jornais para render o assunto com os amigos. Gosta de desafios? Que tal um caça palavras ou jogos que envolvam raciocínio? E o mais importante, mantenha uma vida social ativa, visite familiares, amigos ou mesmo frequente grupos específicos da terceira idade em seu bairro.
3. Alimente-se bem
Em qualquer fase da vida, manter uma alimentação balanceada é fundamental. Para os idosos, esse item merece atenção ainda mais especial, para garantir a absorção de nutrientes importantes para manutenção das funções do organismo e evitar excessos para prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas. Dê preferência sempre aos alimentos in natura ou minimamente processados e evite sempre que puder as opções ultra processadas e industrializadas cheias de sal e açúcares. Portadores de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e dislipidemias devem seguir dieta específicas com acompanhamento nutricional.
4. Cuidado com as quedas
A coordenação motora vai naturalmente se tornando mais lenta com o avanço da idade, o que torna os idosos uma população mais vulnerável ao risco de quedas, que podem ter desde lesões leves como escoriações ou torsões, até situações mais graves como fraturas. Se estiver sozinho durante uma queda, ligue para uma pessoa próxima e peça ajuda imediatamente. Para evitar, alguns hábitos podem ajudar:
- prefira uso de sapatos fechados, com sola de borracha que aderem melhor ao chão;
- no piso do banheiro, chuveiro e embaixo da pia, use tapetes de borracha para não escorregar;
- mantenha o ambiente doméstico organizado, com o máximo de vão livre de circulação para evitar esbarrar ou tropeçar em obstáculos;
- mantenha as luzes acesas a noite ao circular nos ambientes da casa.
5. Medicamentos
Quando os medicamentos são inevitáveis, é muito importante se atentar à administração nos horários corretos, para garantir a eficácia do tratamento. Além disso, verifique sempre o prazo de validade e sob hipótese alguma tome medicamentos vencidos. E por último, somente tome medicamentos com prescrição médica, a automedicação é um risco para sua saúde.
6. Vacinação em dia
Se engana quem acha que vacinação é apenas na infância. Os idosos também precisam cuidar da rotina de vacinação, para manterem-se sempre protegidos contra doenças preveníveis. Gripe, pneumonia, tétano e difteria estão entre as vacinas que precisam estar em dia para este público. Procure um posto de saúde ou o profissional de saúde de referência para esclarecer suas dúvidas e colocar seu cartão vacinal em dia.