Médico de família no contexto da atenção domiciliar
Profissional de saúde que cuida do indivíduo com uma visão holística, considerando seus contextos biológico, psicológico e social. Entende a enfermidade como parte do processo vital humano, contemplando as dimensões relacionais, ambientais e espirituais, reconhecendo a singularidade de cada pessoa em cada contexto na qual sua vida transcorra.
Nessa definição, a Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA) elenca importantes características do médico de família e comunidade, profissional reconhecido neste dia 5 de dezembro e que desempenha um papel fundamental na atenção primária à saúde.
O médico de família e comunidade, em conjunto com outros profissionais que atuam na Atenção Primária, compõe uma Equipe de Saúde, responsável por proporcionar atenção integral e continuada a todo indivíduo que solicite assistência médica, organizando o acesso ao sistema de saúde de maneira escalonada, coordenada, eficaz e eficiente.
Essas características estão presentes no modelo de atenção domiciliar que o Instituto Paulucci pratica e é sobre essas similaridades que conversamos nesta entrevista com a diretora técnica do Instituto e médica de família, Bruna Calado.
1. Em que aspectos a Atenção Domiciliar e o modelo de Atenção Primária à Saúde se relacionam?
Os serviços de atenção domiciliar estão intimamente relacionados aos serviços de atenção primária à saúde, uma vez que permitem que pessoas com restrições de locomoção tenham acesso aos serviços de saúde essenciais para cura, reabilitação, promoção de saúde e prevenção de doenças. A atenção domiciliar proporciona o acesso, a longitudinalidade, a integralidade e a coordenação do cuidado – atributos fundamentais da atenção primária à saúde – para as pessoas que necessitam de cuidados domiciliares.
2. Qual o papel do médico de família no contexto da Atenção Domiciliar?
A formação do médico de família tem como pilares a prática baseada em evidências, o método clínico centrado na pessoa e o trabalho em equipe que favorecem uma continuidade do cuidado e a construção de vínculo entre pessoa atendida e profissional, otimizando os resultados obtidos.
3. Quais os ganhos para uma operação de Atenção Domiciliar – considerando os atores contratante e pessoa assistida – baseada nos princípios da Atenção Primária?
Os principais ganhos são com relação ao emprego das melhores evidências científicas para o tratamento das condições de saúde apresentadas pelas pessoas atendidas, mantendo-se o olhar integral e o respeito a singularidade de cada indivíduo. Além disso, o contato próximo com todos os membros da equipe assistencial previne iatrogenias e proporciona resultados mais custo efetivos para a pessoa cuidada e as operadoras de saúde ou familiares que mantém o serviço.